sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Surprise Day - Parte III

-Fico contente por saber isso.
-A sério, acho que… Não sinto mais nada por ele a não ser ódio e raiva. Raiva de ter conhecido ele num dia e ter pensado que ele era o homem da minha vida.
-E quem é o homem da sua vida?
-Estou à espera para saber isso. Agora, mostra o que me trouxeste!
-A Matilde ficou com as coisas.
-Destes os bombons à Matilde? Ó, esquece. Já não há bombons nenhuns! Ela já os deve ter comido todos.
-Ah, e trouxe a sua prenda de Natal.
-David, não era preciso. – Fiquei incomodada com o que David tinha dito. Não tinha nada para ele.
-Não é nada de especial. É só uma recordação.
-Isso para um jogador de Futebol é o quê?
-Uma recordação.
-Ok, tudo bem. E posso abrir agora?
-Não, é só para o Natal.
 -Vá lá!
-Não.
-Por favor! – fiz um beicinho e olhei lhe com os meus olhos. Era assim que eu em miúda conseguia as coisas.
-Não!
-E se eu te der um beijinho?
-Um?
-Sim.
-Não sei…
-Dois?
-Isso já deixa que pensar…
Agarrei na mão dele e puxei, para ele se levantar. Já não tinha receio em beijar David, era algo que queria e que não me importava de fazer. Dei-lhe um beijo suave, algo muito de leve. Passei com a minha mão num dos caracóis dele e tentei fazer o seu formato,  coloquei as minhas mãos em seu rosto e beijei-o. Ele não resistiu e acabou por se agarrar em mim. Os  beijos eram cada vez mais enérgicos, mais ricos em amor, mais fortes, até que eu parei.
-A minha prenda?
-Ah, isso… Só no Natal.
David aproximava-se de mim para me beijar, eu afastei-me.
-Sendo assim não quero.
-Você não consegue me resistir.
-Aí não?
-Não.
David puxou para perto dele, estavamos a escassos centímetros de distância. Era difícil resistir a algo assim. Os seus caracóis estavam caídos sobre a minha testa, conseguia ver os seus olhos maravilhosos, as suas bochechas de puto e o seu sorriso maroto. Num impulso beijou-me, primeiro persisti mas depois acabei por ceder. Os beijos eram de paixão, sabia disso. Tudo estava a ser tão rápido. Como podia gostar de uma pessoa em tão pouco tempo? Eu sabia que David era extraordinário e que me surpreendia todos os dias. Ficava fascinada com a sua maneira de ser e de viver. Todas as vezes que estava com ele era como se fosse a primeira vez que tivéssemos juntos. Havia sempre algo para conversar, comentar ou descobrir. Os beijos cessaram e David voltou a sentar-se, fez sinal para se sentir a seu lado. Assim o fiz.
-Onde vai passar a sua passagem de ano?
-Não sei, este ano ainda não organizamos nada. Mas se houver alguma coisa devo ir ver os Xutos a Belém. Porquê?
-Ó, se já tem planos…
-Não tenho nada. Mas porquê? Ias-me convidar para alguma coisa?
-Bem, eu estou sozinho e estava pensando se você…
-Aceito! – Não deixe acabar a frase, para mim era suficiente.
-A sério? Não está brincando pois não?
-Não, não estou. Adorava passar a passagem de ano contigo, era mesmo muito bom. Onde vamos?
-Deixa isso comigo, é surpresa.
- Estás-me a matar hoje. Só surpresas.
-Sou muito simpático não acha? – disse de nariz empinado.
-Que convencido David. Mas sim, de facto és. Quando vais para o Brasil?
-Tenho avião marcado para dia 21 de madrugada.
-Hum… Que bom. Quantos dias vais?
-Volto dia 27 à noite. 
Um silêncio fez-se entre nós. Precisava de lhe dizer algo mas não tinha coragem para o fazer. Sabia que tinha que o dizer. Respirei fundo e encontrei coragem não sei bem onde.
-Vou ter saudades tuas David.
-Eu também vou sentir muitas saudades suas. Você sabe que a noite que eu passei aqui, o meu acordar foi dos melhores acordares que já tive nos últimos tempos?
-Não, não sabia. Desculpa David.
-Desculpa o quê?
-Por tudo o que te fiz. Tenho-te tratado como gato-sapato.
-Não tem que pedir desculpa por nada. Eu é que devia ter falado com você directamente e não por chamadinhas e mensagens.
-Eu gosto das chamadinhas e mensagens. – Encostei-me a ele, automaticamente David põe a mão por cima do meu ombro. – Mas gosto muito mais de ti ao vivo e a cores.
-Você gosta de mim?
-Muito David, acredita que sim. Tornaste-te numa pessoa muito importante para mim.
-E os seus medos?
-Agora só tenho um.
-Qual é?
-De um dia vir-te a magoar.
-Isso não vai acontecer, sabe porquê?
-Porquê?
-Porque a partir de agora é só a subir.
-Quanto mais alto se sobe, mais alta é a queda.

6 comentários:

  1. Ohhh que fofinho... adorei cat, cada vez vou gostando mais da tua fic. A história está linda e tens imenso jeito para escrever...

    Adoroooo

    Bjs

    Clara

    ResponderEliminar
  2. Tadinhos, vao ficar um tempinho separados :(

    Mas isto de passarem a Passagem de Ano juntos agrada-me ^.^

    Beijinhos minha cat.
    Adoro a fic, e a escritora tabem :D

    ResponderEliminar
  3. Lindo, lindo adoro cada vez mais a tua fic.
    Toda a cena dos dois é fantástica, envolvente. Gosto mesmo.
    Continua

    Beijinhos

    ResponderEliminar
  4. Parece q ela lá se decidiu...


    quero mais

    ResponderEliminar
  5. Amo, amo, amo! Todos os teus capítulos me deixam com uma vontade louca de ler o próximo! E este fim deixou-me arrepiada e pensativa!
    Quero mais, estou a ficar tal qual drogada, viciada na tua fic :b
    Beijinho

    ResponderEliminar